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Gravidez Pós-Embolização de Miomas: Esperança para a Fertilidade

Vários artigos descrevem gestações com êxito após o procedimento de embolização de miomas, entretanto, mulheres com mais de 40 anos são mais afetadas por miomas sintomáticos (>40% das mulheres acima de 40 anos), idade a partir da qual, por questões hormonais, naturalmente a fertilidade diminui. O questão sobre miomas e infertilidade ainda necessita de maiores pesquisas e investigações.  McLucas estudou mulheres com menos de 40 anos com intenção de engravidar e que foram submetidas à embolização de miomas, dessas 44 mulheres, 48% conseguiram engravidar com gestações a termo e bebês saudáveis. Entre elas, quatro tiveram duas gestações e uma teve três gestações após a EAU. Nesse grupo nenhuma apresentou placenta acreta, ruptura uterina, danos fetais ou déficit de crescimento, nenhuma apresentou complicações. Outros autores elencaram complicações como maior indice de perdas fetais, nascimento pre termo, placentas atopicas, hemorragia pos parto. Com a diminuição de 50% do volume dos miomas após a EAU esperaria-se um indice maior de trabalho de parto prematuro e má apresentações fetais, que são complicações associadas ao miomas em geral. Portanto, a EAU preserva o útero e a fertilidade. A EAU é alternativa valida para mulheres que desejam manter sua fertilidade, mas não é perfeita. O sucesso a longo termo para mulheres mais jovens é comparável às mulheres de mais idade, sugerindo que elas se beneficiam igualmente do procedimento. Poucas mulheres no grupo mais jovem apresentaram complicações que poderiam afetar a fertilidade, como a falência ovariana por exemplo.

A EAU oferece como benefício sobre a miomectomia para pacientes mais jovens o tratamento minimamente invasivo, deixando o útero intacto. A possibilidade da embolização da circulação ovariana existe, mas é uma complicação rara. O risco de recorrência é mais baixo que da miomectomia, de modo que a paciente pode planejar a gestação com maior liberdade de tempo após o procedimento. Os sintomas dos miomas melhoram e o planejamento familiar não ficará restrito a uma pequena janela de tempo.

Para miomas maiores em mulheres que desejam engravidar, um potencial planejamento terapêutico poderia ser a combinação da EAU com a miomectomia. A redução do volume dos miomas pela EAU permitiria o tratamento após 2 semanas com miomectomia de um modo menos invasivo. Principalmente em pacientes mais idosas que não querem esperar 6  meses para depois descobrir que os miomas não diminuiram o suficiente; mas também mulheres com uteros muito grandes, maiores que gestação de 18 semanas, que provavelmente não terão um utero pequeno o suficiente para a concepção. A embolização da artéria uterina prévia a miomectomia também diminui o sangramento intraoperatorio e também diminui a necessidade de nova miomectomia no futuro, 90% não precisarão de novo procedimento.

 

 

 

Neste vídeo, a médica explica que muitas mulheres com miomas têm dúvidas se podem engravidar. Ela esclarece que a maioria dos miomas não afeta a fertilidade e que depende da localização do mioma no útero. Quando o mioma está localizado próximo ao endométrio, onde o embrião se desenvolve, pode atrapalhar a gravidez e até causar falha de implantação ou abortamento. As mulheres que têm miomas geralmente fazem ultrassom a cada seis meses para verificar o crescimento e, se o crescimento for acelerado, o tratamento é a suspensão da menstruação para evitar o crescimento do mioma. A médica aconselha a fazer uma avaliação para diagnosticar o mioma e programar a gravidez se necessário. Os miomas são tumores benignos associados à vida reprodutiva da mulher e têm um fundo genético, mas ainda não está bem explicado por que algumas mulheres têm mais propensão a desenvolvê-los. Os miomas podem crescer até a menopausa, mas se não apresentam sintomas significativos, não é necessário operá-los, pois com a ausência de hormônios, o mioma cessa o crescimento e pode involuir com o tempo.

Hoje nós vamos conversar um pouquinho sobre miomas. Muitas mulheres meu consultório perguntando doutora eu tenho mioma posso engravidar? depende! a maioria das mulheres que têm miomas, elas têm miomas em localizações do útero que não alteram a fertilidade. Na verdade esses miomas eles podem estar localizados em várias áreas do útero. São miomas submucosos, intra murais, subserosos que são classificações de localização. Quando o mioma atrapalha a gravidez o mioma ele atrapalha a gravidez? Quando ele está localizado numa região Subserosa, ou seja, essa região subserosa é muito perto da camada interna do útero que é o endométrio. Que é aonde o embrião se desenvolve. É onde o neném vai se fixar e vai se desenvolver. Esses miomas se eles forem miomas muito volumosos, eles vão competir com a localização do embrião. Ali o lugar dele. E pode causar: ou falha de implantação desse embrião no útero ou, mais para frente, se a mulher engravidar, um abortamento. Normalmente as mulheres que têm miomas elas fazem ultrassom com frequência a cada seis meses para ver o crescimento desses miomas. Se o crescimento mais acelerado ou não. Se tiver um crescimento mais acelerado. Normalmente entra-se com tratamento para cessar o crescimento desse mioma. Esse tratamento é a suspensão da menstruação. Com a suspensão da menstruação, o mioma não cresce mais, e esse mioma ” estaciona” e com isso, a gente previne que ele ele se desenvolva numa região que talvez dê um problema para engravidar. Mas estou na minha idade reprodutiva e quero engravidar. Tenho um mioma. O que eu faço? Passe no seu médico, tem uma avaliação bem feita. Faça um diagnóstico desse desse mioma Se é um mioma que está numa região que não é legal para engravidar e programe essa gravidez. O que se sabe é: quanto mais a gente deixa esse esse mioma crescer pior pra frente vai ser pra engravidar. Se você tem uma idade que não quer engravidar ainda, mas que você já tem um mioma numa localização que já tem algum problema, o ideal é já iniciar esse tratamento para que na frente você não tenha nenhum problema. E porque eu tenho mioma? O mioma está associado com a vida reprodutiva da mulher. Tem mulheres que têm mais propensão a ter ou não esses miomas. Eles têm um fundo genético mas ainda não está bem explicado, mas eles são tumores benignos que acometem o útero em algum momento da sua vida reprodutiva. O mais comum que ocorre é a partir dos 35 anos quem já tem uma predisposição a ter mioma vai ter uma maior incidência; e esses miomas eles crescem até o fim da idade reprodutiva ou seja até a menopausa. Outra questão muito importante para a gente saber: que se eu tenho o mioma e eu estou próximo de entrar na menopausa, mesmo que esse mioma ele seja grande mas não me dá nenhum sintoma mais importante como sangramento em excesso. Eu não preciso operar esse mioma. Eu posso esperar entrar na menopausa porque com a ausência desses hormônios esse mioma cessa o crescimento, e com o tempo ele involui. Sumir ele não some. Mas ele involui. Se você gostou do nosso vídeo, inscreva-se no nosso canal dê o seu like e ative notificações.

McLucas, Bruce, William D Voorhees, and Stephanie Elliott. “Fertility After Uterine Artery Embolization: A Review.” Minim Invasive Ther Allied Technol 25, no. 1 (2016): doi:10.3109/13645706.2015.1074082.

Pron, Gaylene, John Bennett, Andrew Common, Jane Wall, Murray Asch, Kenneth Sniderman, and Ontario Uterine Fibroid Embolization Collaborative Group. “The Ontario Uterine Fibroid Embolization Trial. Part 2. Uterine Fibroid Reduction and Symptom Relief After Uterine Artery Embolization for Fibroids.” Fertility and sterility 79, no. 1 (2003): 120-127.

Ravina, Jacques Henri, Nicole Ciraru Vigneron, Armand Aymard, Olivier Le Dref, and Jean Jacques Merland. “Pregnancy After Embolization of Uterine Myoma: Report of 12 Cases.” Fertility and sterility 73, no. 6 (2000): 1241-1243.

Dra. Juliana Amato

Dra. Juliana Amato

Líder da equipe de Reprodução Humana do Fertilidade.org Médica Colaboradora de Infertilidade e Reprodução Humana pela USP (Universidade de São Paulo). Pós-graduado Lato Sensu em “Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida” pela Faculdade Nossa Cidade e Projeto Alfa. Master em Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida pela Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva. Titulo de especialista pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e APM (Associação Paulista de Medicina).

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