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Aborto recorrente e tardio: exames e tratamento de casais

Sofrer um aborto é, sem dúvidas, muito angustiante. Sofrer vários abortos ou um aborto tardio pode ser devastador. Este artigo é para você que teve três ou mais abortos precoces ou um ou mais abortos tardios. Vamos falar sobre isso?

Aqui, vamos detalhar:

  • o que sabemos sobre as razões do aborto recorrente e aborto tardio;
  • recomendações para exames e tratamento para casais nesta situação.

Assim, você pode se ajudar e a sua equipe de saúde pode tomar as melhores decisões sobre seus cuidados. Lembrando que as informações não substituem um acompanhamento médico, combinado? Vamos lá!

Sumário

No vídeo, a Dra. Juliana Amato, uma ginecologista obstetra, fala sobre abortamento recorrente, que ocorre quando há mais de duas perdas gestacionais precoces no primeiro trimestre da gravidez. Ela menciona que o abortamento é comum, ocorrendo em uma em cada cinco gestações normais, mas se as perdas se tornarem frequentes, é necessário investigação. As principais causas de abortamento recorrente são alterações cromossômicas, anomalias uterinas e alterações hormonais, incluindo a trombofilia, que pode alterar a circulação sanguínea da gravidez para o útero e causar perdas gestacionais. A trombofilia pode ser diagnosticada por exames de sangue e tratada durante toda a gravidez para prevenir a formação de trombos e permitir o nascimento do bebê. A Dra. Juliana encerra o vídeo incentivando os espectadores a se inscreverem em seu canal e a deixarem seus comentários e sugestões.

Meu nome é Dra. Juliana Amato, sou ginecologista obstetra e hoje nós vamos conversar um pouquinho sobre abortamento recorrente. O que é o abortamento recorrente? É a perda gestacional precoce no primeiro trimestre da gravidez, que ocorre por mais de duas vezes. O abortamento é muito comum: se acontecer, uma em cada cinco gestações normais acabam em abortamento. Porém, quando essas perdas começam a ficar frequentes, é necessário investigação.

E por que esses abortamentos ocorrem? O abortamento é causa de uma seleção natural, ou seja, são alterações cromossômicas que ocorrem nesse feto e que a natureza, por si própria, dá um jeito de eliminar. A prevalência de abortamento recorrente é menos de 5% na população. E as causas principais desse abortamento, como eu já falei, são as alterações cromossômicas. Então, aqui a gente pode citar as monossomias, as trissomias, a síndrome de Down, Síndrome de Turner, as anomalias incompatíveis com a vida.

A gente pode citar também alterações uterinas ou alterações na formação do útero, como presença de septos no útero, presença de alguma malformação uterina incompatível com a evolução dessa gravidez. As alterações hormonais também ocorrem muito como causa de abortamento. Aqui, a gente pode citar o hipotireoidismo, o hipertireoidismo, quando eles estão descompensados. Eles podem levar abortamento, assim como um aumento de um hormônio produzido na lactação, que, se produzido fora dela, fora do período de amamentação, também pode levar a abortamento.

Por isso, o importante nos casos de pacientes que já fazem um acompanhamento de hipo ou hipertireoidismo antes de engravidar é passar no seu médico e ver se essas alterações hormonais estão compensadas com a medicação. Se é necessário aumentar ou diminuir a sua dose. Além disso, uma causa muito frequente que a gente tem visto hoje em dia dos abortos recorrentes é a trombofilia.

E o que é a trombofilia? A trombofilia é a pré-disposição que o paciente tem de formar trombos na veia. E essa trombofilia, causando essa trombose, ela altera a circulação da gravidez para esse útero e causa as perdas gestacionais. Hoje em dia se fala muito em trombofilia. Existem exames de sangue que fazem o diagnóstico e pode ser realizado um tratamento durante a gravidez toda, que previne essa formação desses trombos e a gravidez se completa naturalmente, chegando até o nascimento do neném.

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O que é um aborto?

O aborto é a interrupção precoce de uma gravidez. Ou seja, a gravidez deixa de existir antes do prazo estipulado para o seu final natural, que são os 9 meses. Existem três tipos de aborto:

  • Aborto espontâneo;
  • Aborto precoce;
  • Aborto tardio.

Quando a mulher perde um bebê antes das 24 semanas (seis meses) de gravidez, ela sofre um aborto espontâneo. Se isso acontecer nos primeiros 3 meses da gestação, o aborto já é tido como precoce.

Infelizmente, situações assim são comuns, alcançando uma incidência de 10% e 20%. A cada 100 gestações, 10 ou 20 casos resultam em aborto precoce.

Abortos tardios são aqueles que ocorrem depois dos 3 meses, mas antes dos 6 meses da gravidez. Contudo, estes são menos corriqueiros. A cada 100 gestações, apenas 1 ou 2 culminam em aborto tardio. Uma porcentagem que atinge 1% ou 2%.

O que é um aborto recorrente?

Quando um aborto espontâneo acontece três ou mais vezes seguidas, é chamado de aborto espontâneo recorrente. O aborto recorrente afeta 1 em cada 100 (1%) casais tentando ter um bebê.

Por que o aborto recorrente e o aborto tardio acontecem?

A maioria dos casais provavelmente terão uma gravidez bem sucedida no futuro, principalmente se os resultados dos exames e o acompanhamento com o médico estiverem normais. Ainda assim, o aborto pode acontecer.

Nem sempre é possível encontrar uma causa definida para o aborto tardio ou para o aborto recorrente. Muitas vezes, o médico não consegue descobrir um problema que possa motivar a interrupção da gravidez.

Contudo, há uma série de fatores que podem desempenhar um papel na causa do aborto recorrente e tardio e estimular o seu acontecimento:

  • Idade

Quanto mais idade, maior o risco de ter um aborto espontâneo. Para mulheres acima de 40 anos, a probabilidade é de 1 para 2. Ou seja, a cada 2 mulheres grávidas, aos 40 anos, 1 delas deverá sofrer um aborto natural.

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Abortos espontâneos também podem ser mais comuns se o pai for mais velho.

  • Síndrome antifosfolípide (APS)

A APS é uma síndrome que favorece a formação de coágulos em veias e artérias, podendo ser uma causa de aborto recorrente e aborto tardio. Não é algo com uma grande incidência, mas pode acontecer.

  • Trombofilia

É uma condição hereditária, genética ou não, que faz com que o sangue esteja mais vulnerável à coagulação e à formação de trombos. Também pode causar aborto recorrente e, em particular, abortos tardios.

No vídeo, o Dr. Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, fala sobre trombofilias, que são doenças do sangue que levam à propensão de desenvolver uma trombose. As trombofilias podem ser genéticas ou adquiridas, e nem todas as pessoas com trombofilia desenvolverão trombose. É importante evitar fatores de risco, como falta de exercício físico e desidratação, para prevenir a trombose. O tratamento da trombofilia varia de acordo com o tipo e a gravidade da doença, e nem todas as trombofilias necessitam de tratamento. É essencial conversar com um cirurgião vascular ou hematologista para avaliar cada caso individualmente.

“Olá! Sou doutor Alexandre Amato, cirurgião vascular do Instituto Amato, e hoje eu vou falar sobre trombofilias, aquelas doenças do sangue que acabam levando à trombose. Antes, eu queria pedir um favor para você: para manter o nosso canal funcionando, clique aqui embaixo para se inscrever e clica no sininho para gente continuar fazendo esses vídeos e ajudar todo mundo. Mas vamos falar então de trombofilia. Trombofilia é a propensão que as pessoas têm a desenvolver uma trombose. Essas trombofilias podem ser doenças do sangue adquiridas ou genéticas congênitas, que você nasceu com elas. Adquiridas é que você realmente adquiriu durante a vida, não tinha antes, teve alguma coisa que acabou desencadeando essa trombofilia. Então, a trombofilia, em si, é simplesmente o risco aumentado de desenvolver uma trombose, não necessariamente o que a trombose ainda ou o que acontece. Aqui muitas vezes, a trombofilia só é descoberta depois que aconteceu a trombose. O paciente tem uma trombose, vai no cirurgião vascular, faz o tratamento da trombose e aí, na investigação da causa dessa trombose, acaba chegando numa trombofilia que pode ser uma doença do sangue genética ou não.

Então, quando o caminho é feito dessa maneira, teve a trombose depois investiga e acaba chegando a trombofilia, é feito o tratamento adequado para a trombose já no início, é tão do chile, não precisa ser identificada imediatamente porque a própria anticoagulação, o tratamento da trombose, já vai estar evitando uma nova trombose. Então, já está por consequência tratando a trombofilia.

Mas aí vem a questão de: vai ser necessário o tratamento depois do tratamento da trombose? Vai ser necessário o tratamento da trombofilia? Aí vai depender da trombofilia. Existem trombofilias mais leves e trombofilias mais graves. As trombofilias mais leves normalmente não precisam de um tratamento posterior, apenas evitar os fatores de risco, saber o que que tem que ser feito para evitar um procedimento médico ou mesmo numa viagem de avião, usar a meia elástica, elástico pressão para evitar uma trombose.

Agora, nas trombofilias mais graves, pode ser necessário o tratamento prolongado para evitar essa trombose. Normalmente, uma trombose e tem uma trombofilia associada, ela vai ser tratada por um determinado período. Se for um evento trombótico, agora, se for mais de um evento trombótico, esse período vai aumentar.

A grande questão é quando a gente inverte a ordem: vamos fazer o diagnóstico da trombofilia antes de ter uma trombose? Isso é um problema e entra em um outro aspecto da medicina, que é o sobre diagnóstico. É você ficar sabendo de mais da sua saúde e acabar às vezes fazendo um tratamento que não seria necessário no seu caso.

Então, o que eu tô querendo dizer com isso é: se você tem uma trombofilia, não é todo mundo que tem uma trombofilia que vai ter uma trombose e que vai precisar tratar. Tem muita gente, 5% da população, por exemplo, tem a trombofilia fator 5 de Leiden heterozigoto. Então, não quer dizer que toda essa população vai ter trombose. Se a gente sai tratando com anticoagulante todos esses pacientes, é uma porcentagem muito grande que pode ter complicação do tratamento da anticoagulação, de população pode causar sangramento. Então, não faz sentido a gente tratar alguém que não necessariamente vá ter uma trombose.

Então, para quem teve a trombose, saber se tem ou não uma trombofilia é bastante importante. Agora, para quem não teve nada, não teve nenhum evento, muitas vezes saber se tem ou não uma trombofilia pode ser mais uma pulga atrás da orelha, é uma preocupação a mais e que pode não desenvolver nada durante a vida, pode ter uma vida completamente normal, mas vai estar sempre preocupado se souber e não vai poder fazer nada porque não vai tomar remédio. Muitas delas não têm as congênitas, realmente genéticas. Principalmente, o tratamento seria uma articulação maior.

Alguém que nunca teve uma trombose ou que tem uma trombofilia leve, então, a gente tem que dosar muito bem a informação que a gente quer pelo sobre o nosso corpo e principalmente o que vai fazer com essa informação. Então, muitas vezes, só saber já ser muito invasivo. Um tratamento pode acabar trazendo consequências graves também. Converse bastante com seu cirurgião vascular. O cirurgião vascular costuma tratar o paciente que já veio porque teve a trombose, né? Aquele que tem só a trombofilia e não teve a trombose ainda, a porta até aí no cirurgião vascular que sabe é tratar. Aí, é a rotina, mas o hematologista, que é o médico do sangue, também pode ajudar bastante o paciente que não teve a trombose ainda.

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Então, a trombofilia é isso, a propensão maior a ter eventos trombóticos. Hábitos de vida saudáveis, na exercício físico, se movimentar bastante, hidratar-se bem, usar elastocompressão, tudo isso já ajuda a evitar uma trombose e para maior parte das pessoas, muitas vezes, sem a necessidade de uma medicação. Mas cada caso é um caso, precisa ser avaliado pelo médico responsável. Gostou do nosso vídeo? Compartilhe em você e até o próximo!”

  • Fatores genéticos

Os cromossomos são estruturas genéticas dentro de nossas células que contêm o nosso DNA e as características que herdamos de nossos pais. Quando esse cromossomo tem alguma anormalidade, o aborto recorrente pode acontecer. A cada 100 casais que engravidam e sofrem um aborto recorrente, 2 a 5 casos podem estar relacionados a essa condição. Embora essa alteração possa não afetar o pai, um aborto pode surgir.

  • Colo do útero fraco (insuficiência/incompetência do colo uterino)

Fraqueza do colo do útero é conhecida como uma das causas de aborto entre 14 e 23 semanas de gravidez. Pode ser uma suspeita se, em uma gestação anterior, sua bolsa rompeu cedo, ou se o colo do útero abriu sem qualquer dor. É bastante difícil diagnosticar uma mulher com útero fraco quando ela não está grávida, uma vez que esta condição surge justamente após o início da gestação.

  • Problemas de desenvolvimento do bebê

Algumas anomalias do bebê podem levar a um aborto, mas é improvável que seja a causa de aborto espontâneo recorrente.

  • Infecção

Qualquer infecção que tenha feito muito mal a você pode ter sido a razão de um aborto. Infecções mais leves, quando afetam o bebê, também podem interromper a gravidez. Contudo, provavelmente, as infecções não estão relacionadas ao aborto recorrente.

  • Forma do útero

Algumas mulheres podem apresentar um útero com formato irregular. Trata-se de uma má formação congênita que, por causa de uma membrana, divide a cavidade uterina ao meio. Não chega a impedir a gestação, mas pode causar abortos repetidos.

  • Problemas de tireoide e diabetes

Diabetes ou distúrbios da tireoide podem ser causadores dos abortos quando não são controlados adequadamente.

  • Fatores imunológicos

Existem algumas suposições de que o corpo da mulher poderia gerar uma reação autoimune à presença do bebê. Ou seja, o sistema imunológico veria o bebê como um agente nocivo fazendo com que o corpo expulsasse o embrião, causando o aborto. Contudo, não há uma evidência real que sirva de base para essa teoria.

Existem outros fatores de risco?

Sim, existem alguns hábitos que podem influenciar a ocorrência de um aborto. Entre os mais comuns estão:

A bebida alcoólica é conhecida por ser prejudicial para o bebê em desenvolvimento. Ingerir álcool 5 vezes por semana, ou mais, pode aumentar o risco de aborto. Além disso, cada aborto que acontece aumenta as chances de um novo episódio. Mulheres com três abortos consecutivos, por exemplo, têm uma chance de 4 em cada 10 de ter outro. Isto significa que 6 em cada 10 mulheres (60%) nesta situação vão ter um bebê na próxima vez. As outras 4, não.

Por que as investigações são úteis?

Descobrir se há uma causa para o seu aborto recorrente ou aborto tardio é importante, pois assim seu médico será capaz de lhe dar uma ideia sobre a sua probabilidade de ter uma gravidez bem sucedida. Em um pequeno número de casos, pode haver tratamento disponível para ajudá-la.

Que investigações/exames podem ser feitos?

O tipo do exame solicitado vai depender da causa possível do aborto. Podemos exemplificar:

Exames de sangue

  • Para identificação de APS. A APS é diagnosticada se o resultado der positivo por duas vezes, com 12 semanas de intervalo, antes de você engravidar novamente.
  • Para trombofilia. Se você teve um aborto tardio, você pode fazer exames de sangue para identificar certas trombofilias hereditárias.
  • Para checar os seus cromossomos e do seu parceiro para anormalidades. Você pode ser fazer este exame se seu bebê tiver demonstrado ter cromossomos anormais.

Exames para anomalias no bebê

Você pode precisar fazer exames para verificar se há anormalidades nos cromossomos de seu bebê. Isto não é sempre possível, mas pode ajudar a determinar a sua chance de abortar novamente. Se você teve um aborto tardio, também pode ser indicado um exame pós-morte do seu bebê. Isto não acontecerá sem o seu consentimento, e você terá a oportunidade de discutir isso de antemão com sua equipe de saúde.

Exames para anormalidades na forma do seu útero

Você pode fazer uma ultrassonografia pélvica para verificar se há qualquer anormalidade na forma do seu útero. Se houver a suspeita, outras investigações podem incluir:

  • Uma histeroscopia (procedimento que examina o útero através de uma pequena câmera, introduzida pela vagina e colo do útero);
  • Uma laparoscopia (procedimento no qual um cirurgião usa uma câmera bem fina para olhar dentro do abdômen e da pelve).
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Exames para infecção

Se você já teve um aborto tardio, exames como amostras de sangue e papanicolau podem ser colhidos no momento para procurar por qualquer fonte de infecção.

Quais são minhas opções de tratamento?

Nos Estados Unidos, nesse caso de aborto recorrente, é permitido o aborto eletivo quando há um aborto incompleto ou quando o conteúdo do útero é examinado e se confirma que um aborto foi realizado.

Tratamento para APS

Se você tem APS e teve aborto irregular recorrente ou um aborto tardio, o tratamento com comprimidos de aspirina em baixa dose e injeções de heparina na gravidez podem aumentar sua chance de ter um bebê, desde que não tenha contraindicações.  A aspirina e a heparina tornam o seu sangue menos suscetível à coagulação e são seguras para tomar durante a gravidez. Além de induzir a formação de coágulos, a APS aumenta as complicações durante a gestação, como pré-eclâmpsia, problemas com o crescimento do seu bebê e parto prematuro. Você deve ser monitorada cuidadosamente para que possa receber tratamento para quaisquer problemas que possam surgir.

Tratamento para trombofilia

Se você tem uma tendência genética de hipercoagulação do sangue (trombofilia) e teve um aborto espontâneo entre 12 e 24 semanas de gravidez, pode ser necessário receber tratamento com heparina. Neste momento, não há evidências suficientes para dizer se a heparina irá reduzir suas chances de aborto espontâneo, se você teve abortos precoces, aqueles que acontecem até 12 semanas de gravidez.  No entanto, você ainda pode ser indicada ao tratamento para reduzir o risco de um coágulo de sangue durante a gestação. Seu médico irá discutir o que seria recomendado no seu caso em particular.

Encaminhamento para aconselhamento genético

Se você ou seu parceiro tem uma anomalia cromossômica, você deve ser indicada para uma consulta com um especialista chamado de geneticista clínico. Ele discutirá com você quais são suas chances para futuras gestações e irá explicar quais são as suas opções. Isso é conhecido como aconselhamento genético.

Monitoramento e tratamento para um colo do útero fraco

Se você já sofreu um aborto espontâneo entre 14 e 24 semanas e teve um diagnóstico de colo do útero fraco, talvez tenha que passar por uma cirurgia para colocar um ponto no colo do seu útero.  O procedimento é chamado de cerclagem e, geralmente, é feito através da vagina às 13 ou 14 semanas de gravidez sob anestesia geral ou raquianestesia. Seu médico deve discutir a cirurgia com você. Se não está claro se seu aborto tardio foi causado por um cérvix fraco, podem ser indicados exames de ultrassom vaginal durante a gravidez para medir o comprimento do seu colo do útero.  Esse exame pode dar informações sobre quão provável você está de abortar. Se o seu colo uterino é menor do que deveria ser antes de 24 semanas de gravidez, pode ser indicada uma operação para colocar um ponto no colo do seu útero.

Cirurgia do útero

Caso seja encontrada uma anomalia no seu útero, a cirurgia pode ser uma indicação para corrigir o problema.

Tratamento hormonal

O uso de progesterona ou hormônios de gonadotrofina coriônica humana no início da gestação para evitar aborto recorrente já foi experimentado, porém mais evidências são necessárias para mostrar se essa técnica realmente funciona.

Imunoterapia

O tratamento para prevenir ou modificar a resposta do sistema imunológico (conhecido como imunoterapia) não é recomendado para mulheres com aborto recorrente.  Não foi provado que funciona, não melhora as chances de um nascimento vivo e pode levar a sérios riscos, incluindo a reação à transfusão, choque alérgico e hepatite.

O que é o aborto induzido?

O aborto induzido, também conhecido como aborto provocado ou interrupção voluntária da gravidez, é um procedimento que termina intencionalmente uma gravidez. Existem diferentes métodos de aborto induzido, que podem variar dependendo do tempo de gestação e das condições de saúde da mulher.

E se nenhuma causa é encontrada?

Quando não há uma causa para o aborto recorrente ou aborto tardio, não há também nenhuma evidência de que o tratamento com heparina e aspirina vá reduzir a chance de um outro aborto espontâneo.  Por esse motivo, este tratamento não é recomendado habitualmente, embora existam relatos de êxito. O melhor a fazer é conversar com o seu médico. Ele vai avaliar a sua situação particular e verá a probabilidade de você sofrer um novo aborto ou de ter uma gravidez segura e viável.  E se a causa do aborto for encontrada, o seu médico disponibilizará os melhores tratamentos possíveis para aumentar as chances da sua gravidez ter êxito. Em todos os casos, o acompanhamento com um profissional é essencial para o sucesso de qualquer gestação. As mulheres que recebem cuidado e apoio de um médico especialista desde o início da gravidez, têm mais chances de um parto bem sucedido.  Para casais onde nenhuma causa para o aborto recorrente foi encontrada, 75 em cada 100 (75%), terão uma gravidez saudável com este cuidado. Vale lembrar que, estatisticamente, a maioria dos casais poderá engravidar normalmente na próxima vez, mesmo depois de três abortos consecutivos.

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Dra. Juliana Amato

Dra. Juliana Amato

Líder da equipe de Reprodução Humana do Fertilidade.org Médica Colaboradora de Infertilidade e Reprodução Humana pela USP (Universidade de São Paulo). Pós-graduado Lato Sensu em “Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida” pela Faculdade Nossa Cidade e Projeto Alfa. Master em Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida pela Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva. Titulo de especialista pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e APM (Associação Paulista de Medicina).

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