A gonorreia é uma infecção causada por uma bactéria sexualmente transmissível que pode infectar homens e mulheres, afetando mais frequentemente a uretra, o reto ou a garganta. Nas mulheres, a gonorreia também pode infectar o colo do útero.
A gonorreia é mais comumente disseminada durante o sexo. Mas bebês podem ser infectados durante o parto se suas mães estiverem contaminadas e, nesses casos, os olhos das crianças são os mais atingidos.
Sumário
A gonorréia é uma infecção sexualmente transmissível (DST) causada por uma bactéria. Ela pode afetar homens e mulheres, mas é mais comum em mulheres jovens. A gonorréia é disseminada principalmente através da relação sexual, mas também pode ser transmitida durante o parto, se a mãe estiver contaminada. Neste caso, o recém-nascido pode desenvolver infecção nos olhos nos primeiros dias após o nascimento.
Além disso, a gonorréia pode causar inflamação dos órgãos reprodutivos internos em mulheres, o que pode levar a infertilidade. Se não for tratada, a gonorréia também pode levar a complicações como infecção do trato urinário e parto prematuro.
O diagnóstico da gonorréia é feito através da coleta de amostras de secreção da uretra ou do colo do útero e testes de laboratório. O tratamento é feito com o uso de antibióticos e deve ser iniciado o mais breve possível após o diagnóstico. Em alguns casos, é recomendado que os parceiros sexuais também sejam tratados para evitar a disseminação da infecção. É importante seguir as orientações do médico e completar o tratamento para evitar complicações e a recorrência da infecção.
Por ser uma infecção comum que, em muitos casos, não causa sintomas, você pode nem saber que está infectado com esta doença. Abster-se de sexo, usar preservativo se tiver relações sexuais e estar em um relacionamento mutuamente monogâmico são as melhores maneiras de prevenir infecções sexualmente transmissíveis, como é o caso da gonorreia.
Sintomas
A gonorreia é uma doença comum, porém, silenciosa. Quando os sintomas aparecem, a infecção pode afetar vários locais do seu corpo, mas geralmente aparece no trato genital tanto em homens quanto em mulheres.
Quando atinge essa região específica, a gonorreia causa sintomas diferentes no público masculino e feminino.
Nos homens, os sintomas incluem:
- Dor ao urinar;
- Secreção purulenta (pus) na ponta do pênis;
- Dor ou inchaço nos testículos.
Nas mulheres, os sintomas incluem:
- Corrimento vaginal aumentado;
- Dor ao urinar;
- Sangramento vaginal fora do período menstrual, muito comum também após o coito vaginal (relação sexual vaginal);
- Relação sexual dolorosa;
- Dor abdominal ou pélvica;
Sintomas da gonorreia em outros locais do corpo
Além do trato genital, a gonorreia também pode afetar as seguintes partes do corpo, com sintomas variados:
Reto
Os sinais e sintomas incluem coceira anal, secreção semelhante a pus, manchas de sangue vermelho-vivo no vaso sanitário e tensão muscular durante os movimentos intestinais.
Olhos
Quando afeta os olhos, a gonorreia pode causar dor ocular, sensibilidade à luz e secreção semelhante a pus em um ou nos dois olhos.
Garganta
Sinais e sintomas de uma infecção na garganta podem incluir dor de garganta e inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço. Normalmente, a pessoa reclama de entalo ou bolo na garganta, mas sem uma causa aparente.
Articulações
Se uma ou mais articulações forem infectadas por bactérias (artrite séptica), decorrentes da gonorreia, as articulações afetadas podem estar quentes, vermelhas, inchadas e extremamente doloridas, especialmente quando são movimentadas.
Quando procurar o seu médico
Marque uma consulta com seu médico se notar quaisquer sinais ou sintomas preocupantes, como sensação de queimação ao urinar ou secreção semelhante a pus no pênis, na vagina ou no reto.
Também marque uma consulta com seu médico se seu parceiro tiver sido diagnosticado com gonorreia. Você pode não sentir sinais ou sintomas que o levem a procurar atendimento médico, mas vimos que a gonorreia é uma doença, por vezes, assintomática. Então, nem sempre os sintomas aparecem.
Então, você pode estar infectada e, sem tratamento, pode reinfectar o seu parceiro mesmo depois dele ter tratado a gonorreia..
Causas da gonorreia
A gonorreia é causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae. Essa bactéria é frequentemente passada de uma pessoa para outra durante o contato sexual, incluindo as relações sexuais orais, anais ou vaginais.
Fatores de risco
Além da relação sexual, temos também os fatores de risco que podem aumentar a incidência da infecção. Os principais são:
- Pessoas mais jovens;
- Presença de novos parceiros sexuais;
- Relacionamento com um parceiro sexual que tem múltiplos parceiros simultâneos;
- Múltiplos parceiros sexuais;
- Diagnóstico prévio de gonorreia;
- Ter outras infecções sexualmente transmissíveis.
Complicações
Quando não tratada, a gonorreia pode levar a complicações significativas, como:
Infertilidade em mulheres
A gonorreia não tratada pode se espalhar para o útero e para as trompas de falópio, causando doença inflamatória pélvica (DIP), o que pode resultar em cicatrizes das trompas, maior risco de complicações na gravidez e infertilidade.
Infertilidade nos homens
Os homens com gonorreia não tratada podem apresentar epididimite — inflamação de um pequeno tubo espiral na parte traseira dos testículos onde os ductos espermáticos estão localizados (epidídimo). A epididimite é tratável, mas quando isso não acontece, pode levar à infertilidade.
Infecção nas articulações e em outras áreas do corpo
A bactéria que causa a gonorreia pode se espalhar pela corrente sanguínea e infectar outras partes do corpo, incluindo as articulações. Febre, erupção cutânea, feridas na pele, dor nas articulações, inchaço e rigidez são resultados possíveis.
Maior risco de HIV / AIDS
Ter gonorreia torna você mais suscetível à infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), o vírus que leva à AIDS. As pessoas que têm gonorreia e HIV são capazes de transmitir as duas doenças mais prontamente aos seus parceiros.
Complicações em bebês
Os bebês que contraem gonorreia de suas mães durante o parto podem desenvolver cegueira, feridas no couro cabeludo e infecções.
Prevenção
Veja a seguir as principais medidas para reduzir o risco de ser infectada pela gonorreia.
Use preservativo
Abster-se do sexo é o caminho mais seguro para prevenir a gonorreia. Mas se você optar por fazer sexo, use preservativo durante qualquer tipo de contato sexual, incluindo sexo anal, sexo oral ou sexo vaginal.
Peça ao seu parceiro para ser testado para infecções sexualmente transmissíveis
Descubra se o seu parceiro foi testado para infecções sexualmente transmissíveis, incluindo a gonorreia. Se não, pergunte se ele ou ela estaria disposto a ser testado e, juntos, façam as avaliações médicas disponíveis.
Evite o sexo com alguém que tenha algum sintoma incomum
Se o seu parceiro tiver sinais ou sintomas de uma infecção sexualmente transmissível, como ardor durante a micção, uma erupção cutânea ou uma ferida, não faça sexo com essa pessoa. Pense, antes, na sua saúde e seu bem-estar.
Considere o rastreio regular de gonorreia
Recomenda-se o rastreio anual para todas as mulheres sexualmente ativas. Mulheres com menos de 25 anos e mulheres mais velhas com risco aumentado de infecção, como as que têm um novo parceiro sexual, mais de um parceiro sexual, um parceiro sexual com parceiros concomitantes ou um parceiro sexual que tenha uma infecção sexualmente transmissível, devem ser testadas todos os anos.
No vídeo, a ginecologista Juliana Amato fala sobre a importância da realização anual de exames de DSTs, como hepatite B, HIV, sífilis e HPV. Ela alerta que muitas pessoas estão esquecendo a importância do diagnóstico e prevenção dessas doenças, e que é fundamental usar preservativos em todas as relações sexuais e manter um número razoável de parceiros. Profissionais da saúde que estão em contato com sangue devem fazer os exames regularmente. A prevenção é a melhor forma de evitar as DSTs.
Olá, meu nome é Juliana Amato. Sou ginecologista e obstetra do Instituto Amato, e hoje a gente vai conversar um pouquinho sobre a frequência dos exames de DST. Com qual frequência devo fazer exame de DST? As DSTs são as doenças sexualmente transmissíveis, dentre essas doenças, a gente tem a hepatite B, o HIV, a sífilis, o HPV, entre outras. O ideal é que esses exames sejam feitos anualmente por toda mulher que não tem nenhum fator de risco. Por quê?
Hepatite B: além de você ter uma transmissão sexual, você pode pegar através de pequenos ferimentos, por exemplo, vai à manicure, faz a unha, usa um alicate que não foi muito bem esterilizado. E aí essa manicure usa na sua cutícula, faz um ferimento. A pessoa que fez uso anteriormente já tinha o vírus da hepatite B e pode passar.
HIV: o HIV é importante a gente fazer todo ano porque? Atualmente, o número de casos de HIV no mundo tem aumentado. Quando a Aids apareceu há décadas atrás, viu-se que é uma doença muito grave de imunossupressão. Essa doença imunossupressão pode vir a propiciar a pessoa a ter mais doenças por causa dessa imunidade baixa. É passada via sexual. Foi muito estudada no passado e o tratamento foi muito eficaz. Ou seja, pacientes que antigamente morriam de Aids, hoje vivem com o vírus do HIV muito bem, fazendo tratamento. Com a carga viral indetectável por muitos e muitos anos. Com isso, as pessoas na atualidade esqueceram um pouquinho da importância do HIV no mundo e o que está acontecendo? Pela falta de conhecimento, pela falta de esclarecimento, essas pessoas estão pegando o vírus por relação sexual e não estão fazendo exames adequadamente para ter um diagnóstico. Então o ideal é que se faça todo ano. Não importa se eu tenho relação com preservativo, se eu tenho relação só com o meu namorado, com meu marido. É importante que faça esses exames anualmente, independente de qualquer coisa. Profissionais da área de saúde que fazem cirurgia, dentistas, médicos, eles estão sempre em contato com sangue. Por mais que use-se luva, às vezes, espirra um pouquinho no olho. Por isso é importante usar os óculos de proteção, a máscara. Então sempre tem que estar fazendo também porque a gente nunca sabe quando se tem uma lesão na pele ou quando se fura a luva. Se aquela pessoa tem o HIV ou não. Nos pré-operatórios, atualmente, se pede muito o exame do HIV. Porém, essa doença tem uma janela de tempo que demora alguns dias para aparecer no exame. Por isso, é importante que todos se previnam.
Sífilis: sífilis é uma doença também está voltando agora, as pessoas não estão usando muito mais o preservativo e ela tem aumentado muito a ocorrência tanto em mulheres jovens quanto em mulheres mais velhas. Ocorreram muitos casos em grávidas também. Então é interessante fazer todo ano.
HPV: é um vírus transmitido via sexual. Ele é de fácil transmissão. O que ocorre é que muitas vezes o homem é portador deste HPV, mas como ele não tem lesão, não tem sintomas. Ele não sabe que tem esse vírus e acaba por relação sexual passando para mulher e aí a mulher pode apresentar algumas lesões em colo de útero ou, se não ocorrer lesões, pode vir papanicolau alterado sugerindo a presença desse vírus. O HPV é papiloma vírus humano, ele causa câncer de colo de útero em mulheres. É importante que se faça o exame anualmente.
Como prevenir as doenças sexualmente transmissíveis? O uso de preservativo. Ele é importante. Tem que ser usado por todas as mulheres e por todos os homens em todas as relações sexuais! O importante também é manter um número razoável de parceiros ao longo da sua vida e não ter muitos parceiros sem se prevenir. Falo isso porque hoje é muito comum entre os adolescentes saírem com uma pessoa, saírem com outra pessoa. Hoje em dia as coisas vão um pouquinho mais além. Elas já partem para uma relação sexual no encontro. Então é importante que essas meninas, que esses rapazes se cuidem e se previnam.
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Siga as orientações após o tratamento
Para evitar a reinfecção com gonorreia, abstenha-se de sexo desprotegido por sete dias depois que você e seu parceiro tiverem completado o tratamento. Caso ainda apresentem os sintomas, esperem a eliminação destes para, enfim, manterem uma relação sexual.
A gonorreia é uma doença sexualmente transmissível que pode causar complicações graves na mulher, no homem e no bebê quando a gestante está infectada com a doença. Conhecer os sintomas, observá-los no seu parceiro e em si mesma, procurar ajuda médica e realizar o tratamento são fundamentais para ficar livre da doença.
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