Essa não é uma frase incomum para muitas mulheres… A síndrome dos ovários policísticos é a doença hormonal mais frequente da mulher em idade reprodutiva. Costuma ser diagnosticada ainda na adolescência e está associada a um quadro de sintomas bem característico que compreende a irregularidade menstrual, a acne, a obesidade, aumento de pelos no rosto e corpo e em casos mais avançados a dificuldade para engravidar – nem todos esses sintomas precisam estar presentes dependendo do grau da doença.
Apesar de ter características que podem ser medidas ou avaliadas por exame físico, exame de imagem e de laboratório (alterações hormonais típicas), a mulher com síndrome dos ovários policísticos também pode apresentar sintomas de ansiedade e de depressão, assim como dificuldade nos relacionamentos (pessoal e sexual).
A presença de sintomas psicológicos em mulheres com a síndrome muitas vezes exige tratamento específico, não podendo passar despercebida. A ausência de tratamento para esses distúrbios está associada a uma maior necessidade de tratamento de outras doenças como também aumenta a chance de desenvolver doenças cardiovasculares.
Algumas vezes as pacientes escondem os sintomas emocionais que sentem de determinado médico especialista, ou por medo ou por acreditarem que nada tem a ver com a “doença que apresentam” no momento. Mas ambos, médico e paciente, não podem esquecer que não há queixas irrelevantes e que todos os problemas podem ser abordados no seu devido tempo.
Sofrer em silêncio é uma realidade para muitas mulheres que não se queixam, seguem em frente e muitas vezes esquecem de si mesmas. O efeito disso normalmente é uma sobreposição de doenças e transtornos em uma vida cansada, confusa e infeliz. É importante expressar o que se sente e, mais importante ainda, saber pedir ajuda e ter em quem confiar.
Fonte: Amato, JLS. Em Busca Da Fertilidade. 2014
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Bazarganipour et al. Health and Quality of Life Outcomes 2013, 11:141 – Psychological investigation in patients with polycystic ovary syndrome -Fatemeh Bazarganipour, Saeide Ziaei, Ali Montazeri, Fatemeh Foroozanfard, Anoshirvan Kazemnejad and Soghrat Faghihzadeh5