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O câncer e a infertilidade

            Pacientes que superaram o câncer carregam consigo diferentes preocupações, sendo a mais angustiante delas a possibilidade de retorno da doença. Pensar em filhos, ou mesmo planejá-los, acaba, muitas vezes, sendo esquecido durante a batalha contra um câncer, mas, atualmente, com o surgimento de novas drogas e tratamentos, essa é uma importante questão para a programação do casal e da equipe médica que lida com essa doença. Já escrevemos sobre Ser mãe depois do câncer.
            Os estudos mais recentes apontam que o tratamento prévio com quimioterapia não influencia no peso do feto nem no risco de aborto, assim como não há maior risco de desenvolver doenças cromossômicas, congênitas ou câncer; a gravidez em si também não aumenta o risco de uma paciente desenvolver câncer novamente, mas, no caso daquelas que receberam irradiação na região pélvica, existe um aumento no risco de parto prematuro, aborto, baixo peso do feto e defeitos no posicionamento da placenta.
            Os riscos aos quais esses pacientes estão expostos devem ser discutidos previamente ao início do tratamento e eles devem ser encaminhados a especialistas que os orientarão para que possam manter sua capacidade reprodutiva independentemente do tratamento ao qual irão se submeter. A melhor opção para mulheres que possuem um parceiro e irão se submeter a tratamento que possa ser tóxico aos seus ovários é a criopreservação de embrião produzido pelo casal ou, em outras palavras, manter um embrião congelado pelo tempo necessário. Também somente o óvulo (sem ainda estar fecundado por um espermatozoide) pode ser criopreservado. Para aquelas que se submeterão à radioterapia é possível realizar transposição ovariana, que é uma técnica em que o ovário é reposicionado dentro do organismo para diminuir a quantidade de irradiação que possa receber. Outras opções, para ter filhos após o tratamento, incluem usufruir da doação de óvulos. No caso dos pacientes masculinos também é possível a criopreservação do esperma.
            Quando um paciente é diagnosticado com câncer, o tratamento deve ser iniciado assim que possível e exatamente por isso a orientação do especialista em reprodução tem que ser feita o quanto antes para que a conduta tomada para preservação da fertilidade não atrase o tratamento da doença.

 

Autor: Dra. Juliana Amato

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Dra. Juliana Amato

Dra. Juliana Amato

Líder da equipe de Reprodução Humana do Fertilidade.org Médica Colaboradora de Infertilidade e Reprodução Humana pela USP (Universidade de São Paulo). Pós-graduado Lato Sensu em “Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida” pela Faculdade Nossa Cidade e Projeto Alfa. Master em Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida pela Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva. Titulo de especialista pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e APM (Associação Paulista de Medicina).

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