Durante o tratamento de gravidez, geralmente na primeira consulta, o médico que está atendendo aquele casal que deseja engravidar solicita uma série de exames para saber como está a saúde dos dois. E um deles é o exame de sífilis. É um exame simples e fácil de ser realizado, mas que muitas mulheres ficam um pouco apreensivas ao realizá-lo. Afinal, é preciso mesmo fazer esse exame? Qual a importância do exame de sífilis quando se está planejando uma gestação?
O que é a Sífilis?
A sífilis é uma doença infecciosa e sexualmente transmissível, causada por uma bactéria. Ela provoca ferimentos, geralmente indolores, na região íntima do homem e da mulher. Além da transmissão sexual, há também a transmissão vertical, em que o bebê é infectado pela mãe ainda dentro do útero, através da placenta.
Quando é transmitida da mãe para o feto, a doença recebe o nome de sífilis congênita e é uma das principais causas de abortos, malformações e partos prematuros, trazendo riscos tanto para a mãe quanto para o bebê.
Felizmente, a sífilis é uma doença curável, mas precisa ser detectada o mais rápido possível, visto que pode se tornar uma doença crônica. O exame de sífilis é a melhor maneira de fazer esse diagnóstico, especialmente se a mulher estiver em tratamento para gravidez.
Exame de sífilis: o que é e como fazer?
O exame de sífilis mais comum e requisitado pelos médicos é o VDRL, um exame de sangue que atesta a presença de anticorpos combatentes da bactéria causadora da sífilis. É um exame simples e rápido, além de muito eficaz.
Além do VDRL, o médico também pode fazer um exame clínico, caso a gestante apresente alguma lesão, sinal ou sintoma que possa indicar a presença da sífilis. Geralmente, essa avaliação é feita a partir de uma análise da área lesionada.
Esse e outros exames devem ser realizados antes da gestação e ainda durante a gravidez, para garantir que a mulher e o bebê estejam livres da doença. A sífilis possui uma fase em que chamamos de latente, quando a bactéria não é detectada pelo exame.
Logo, o VDRL precisa ser refeito após dois ou três meses mesmo que o exame apresente resultado negativo.
Por que é tão importante fazer um exame de sífilis?
Como vimos, a sífilis é uma doença grave, com alto poder de transmissão entre casais que se relacionam sem proteção e entre mãe e filho durante a gestação. Apesar de ser uma doença muito conhecida por médicos e sociedade em geral, a sífilis ainda consegue infectar muitas pessoas.
A sífilis congênita, por exemplo, que passa de mãe para filho por meio da placenta, alcança índices altíssimos de transmissão. Uma das principais causas desse número elevado é o fato de a gestante não saber que tem a doença. Mas, se é uma doença tão conhecida, por que isso acontece?
A sífilis não costuma apresentar sinais claros, principalmente quando está em estágio inicial, mas é nesse período que a transmissão acontece com mais velocidade. Nas mulheres, geralmente, a doença se instala no canal vaginal, ânus ou colo do útero provocando ferimentos que não sangram e nem doem.
Até nas fases seguintes, a sífilis não provoca sintomas fáceis de perceber. Assim, a mulher não sabe que está doente, inicia uma gestação, permanece sem aparentar os sintomas e provavelmente só descobrirá a doença após algum problema no parto ou com o bebê.
Principais riscos da sífilis para o bebê
A sífilis pode ser transmitida da mãe para o bebê através da placenta ou na hora do parto, caso a lesão no canal vaginal esteja ativa. Os principais problemas apresentados são:
- Aborto;
- Bebê pode vir a óbito pouco tempo depois do parto;
- Parto prematuro;
- Malformação congênita ou tardia. Ou seja, a criança pode nascer com alguma deformação ou pode adquirir algum problema no futuro;
- Malformação na região da boca como dentes, céu da boca ou fissura nos lábios;
- Bebê com baixo peso;
- Surdez;
- Dificuldade de aprendizagem;
- Deficiência mental;
- Problemas ósseos.
Por todos esses motivos é que o exame de sífilis não pode ser negligenciado pelo médico e nem pelo casal que está pretendendo ter filhos. O resultado do exame sai rapidamente e caso seja positivo, é hora de fazer o tratamento adequado.
O resultado deu positivo para sífilis. E agora?
A sífilis é uma doença grave, mas que tem cura. O tratamento deve ser orientado pelo médico obstetra que acompanha a família e pode ser realizado, inclusive, durante a gestação. Se executado de forma precoce e corretamente, o tratamento da sífilis impede que o bebê seja infectado também.
Por isso, se o resultado do exame de sífilis der positivo, não há razão para desistir da gravidez ou acreditar que o bebê terá problemas ao nascer. O tratamento para a sífilis é eficaz no combate à doença e pode garantir uma gravidez segura para a gestante e para a criança.
Ao ser diagnosticada com a doença, a mulher deve se submeter ao tratamento, assim como o homem, uma vez que ambos podem estar igualmente infectados.
Contudo, é preciso saber que o tratamento cura a doença, mas não impede que a mulher seja infectada novamente, caso mantenha contato com a bactéria posteriormente. Por isso, a prevenção é essencial, com uso de preservativo durante todas as relações sexuais com o parceiro.
Exame de sífilis no bebê
Após o nascimento, o bebê, cuja mãe realizou tratamento para sífilis, também deve ser submetido ao exame VDRL a fim de identificar a presença de antígenos, os anticorpos que combatem a bactéria que causa a doença. O exame é mais uma medida de precaução para afastar de vez o risco da doença na criança.
É possível amamentar mesmo tendo sífilis?
Sim, a mãe pode amamentar o seu bebê desde que não existam ferimentos ou lesões nas auréolas, referentes à doença.
Vale salientar que, em alguns casos, mulheres que descobrem a sífilis durante a gravidez não terminam o tratamento e nem alcançam a cura da doença antes do nascimento da criança. Por isso, é fundamental ter esse cuidado ao amamentar o recém-nascido e não infectá-lo.
Como vimos, o exame de sífilis é essencial quando se está planejando uma gravidez porque, caso o resultado seja positivo, é possível começar o tratamento e impedir que o bebê seja infectado pela doença e venha sofrer sérias consequências antes e após o parto. A sífilis é uma doença grave, mas tem cura e o diagnóstico precoce é a melhor forma de controlá-la.