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Hidrocefalia, Você Sabe o que é Isso???

A hidrocefalia é uma condição médica séria que envolve o acúmulo anormal de líquido cefalorraquidiano (LCR) nas cavidades ventriculares do cérebro. Este fluido, conhecido como líquor, é produzido continuamente pelas células do plexo coroide no cérebro. O processo de produção, circulação e reabsorção deste líquido é crucial para manter o equilíbrio fisiológico do nosso sistema nervoso central.

Tabela de conteúdos

resumo

O Dr. Ricardo Santos de Oliveira, neurocirurgião, esclarece dúvidas sobre a hidrocefalia, uma condição que envolve o acúmulo anormal de líquido cerebrospinal nas cavidades ventriculares do cérebro. Este líquido é continuamente produzido, circulado e reabsorvido dentro do cérebro. A hidrocefalia pode ser congênita ou adquirida através de causas como hemorragias, infecções ou tumores. Os sintomas incluem dor de cabeça persistente, vômitos e alterações no nível de consciência. O tratamento geralmente envolve a instalação de uma derivação ventrículo-peritoneal ou a realização de neuroendoscopia para desviar o líquido.

Transcrição

Olá, eu sou o Dr. Ricardo Santos de Oliveira,  neurocirurgião e hoje nós vamos conversar um pouco a cerca de  algumas dúvidas que nós recebemos dos nossos  internautas. O problema em questão é a hidrocefalia. Você  sabe o que é hidrocefalia? A hidrocefalia é um acúmulo  anormal de líquido, este líquido, nós produzimos 24 horas   por dia dentro do interior da nossa cabeça, numa  região chamada cavidade ventriculares. O líquor, ele é produzido por uma  estrutura chamada plexo coróide. Então, nós temos a  produção do líquor, nós temos a circulação desse líquor e, por  fim, a reabsorção do líquor lá no interior da nossa cabeça. E  há condições que podem afetar todo esse processo, levando  assim um acúmulo anormal de líquido nessas cavidades. Isso  pode levar vários sinais e sintomas, como por exemplo, a dor  de cabeça persistente, vômitos, alteração do nível de  consciência, a pessoa começa a ficar mais sonolenta, começa a  ficar mais parada, letágica e até situações mais graves em  que nós podemos evoluir para episódios bastante agudos e que  necessitem tratamento de imediato. A hidrocefalia, ela  pode ter origem de forma congênita, ou seja, o bebezinho nasce  com uma malformação que afeta este processo da produção, da  circulação ou mesmo da reabsorção liquórica ou as  causas adquiridas. Entre as causas adquiridas, elas podem  ser originárias tanto de hemorragias que ocorrem no  sistema nervoso central, como infecciosas e também tumores  que afetam ou que comprimem a via liquórica, levando assim ao  acumulo anormal do líquido. O  tratamento da hidrocefalia, ele se dá  basicamente por duas formas: ou nós instalamos uma derivação  ventrículo peritoneal na grande maioria das vezes ou realizamos  um procedimento chamado neuroendoscopia. A  neuroendoscopia é utilizada para aquelas formas de  hidrocefalia em que há algum tipo de obstrução da circulação  liquórica. Assim, nós introduzimos um material dentro  da cavidade como se fosse a extensão dos olhos do  neurocirurgião, e aí nós realizamos uma pequena  perfuração que será um desvio do líquido acumulado da  cavidade ventricular. Então, hoje vocês aprenderam o que é  hidrocefalia, as principais causas e como nós tratamos este  problema que afeta o sistema nervoso central.

Causas da Hidrocefalia

A hidrocefalia pode ser classificada em dois tipos principais: congênita e adquirida. A forma congênita ocorre quando há uma malformação no desenvolvimento neural do bebê, que pode interferir nos processos normais de movimentação do líquor. Já a hidrocefalia adquirida pode surgir em qualquer idade devido a várias causas, incluindo:

  • Hemorragias intracranianas, que podem bloquear a circulação do líquor;
  • Infecções que inflamam as membranas cerebrais, como a meningite;
  • Tumores que bloqueiam os caminhos por onde o líquor circula.

Sintomas da Hidrocefalia

Os sintomas variam conforme a idade do paciente e a progressão da doença. Nos bebês, o sintoma mais visível é um aumento anormal do tamanho da cabeça. Em crianças mais velhas e adultos, os sintomas incluem:

  • Dor de cabeça intensa e persistente;
  • Náuseas e vômitos;
  • Alterações na visão;
  • Sonolência ou irritabilidade;
  • Dificuldades de coordenação ou equilíbrio.

Em casos graves, a pressão aumentada no cérebro pode levar a situações de emergência que necessitam de intervenção médica imediata.

Tratamento da Hidrocefalia

O tratamento mais comum é cirúrgico. Duas principais abordagens são utilizadas:

  1. Derivação Ventriculoperitoneal: Um tubo (shunt) é inserido para drenar o excesso de líquor do cérebro para outra área do corpo, como o abdômen, onde ele pode ser reabsorvido.
  2. Neuroendoscopia: Usada principalmente quando há uma obstrução física do fluxo do líquor. Através de uma pequena câmera e instrumentos cirúrgicos, os médicos podem visualizar e remover a obstrução ou criar um novo caminho para o fluxo do líquor.

Considerações Finais

Apesar dos avanços no tratamento e diagnóstico, a hidrocefalia ainda é uma condição que pode ter implicações sérias para a qualidade de vida do paciente. A intervenção precoce e o acompanhamento regular com uma equipe de neurologia são essenciais para gerenciar a doença e minimizar complicações a longo prazo.

Dra. Juliana Amato

Dra. Juliana Amato

Líder da equipe de Reprodução Humana do Fertilidade.org Médica Colaboradora de Infertilidade e Reprodução Humana pela USP (Universidade de São Paulo). Pós-graduado Lato Sensu em “Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida” pela Faculdade Nossa Cidade e Projeto Alfa. Master em Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida pela Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva. Titulo de especialista pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e APM (Associação Paulista de Medicina).

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