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Endometriose e infertilidade. Dificuldade de engravidar.

A endometriose é uma condição ginecológica prevalente que afeta cerca de 10 a 15% das mulheres em idade reprodutiva. Caracterizada pelo crescimento de tecido endometrial, que normalmente reveste o útero, em locais fora da cavidade uterina, a endometriose é uma doença complexa que pode ter um impacto significativo na qualidade de vida e na fertilidade feminina.

Resumo

Juliana Amato, ginecologista e obstetra, aborda o tema da endometriose e sua relação com a infertilidade, aproveitando a conscientização sobre esta condição no mês de junho. Ela explica que a endometriose é uma doença onde o tecido que deveria revestir o útero se desenvolve em outras partes do corpo, causando inflamação e aderências que podem afetar a fertilidade. A prevalência da endometriose é de 10 a 15% na população geral. Os sintomas principais incluem dor intensa, que pode variar de localização e intensificar-se com atividades como relações sexuais e evacuação. A endometriose pode ser assintomática em algumas mulheres, tornando os exames de rotina essenciais. O diagnóstico envolve exames físicos, histórico da paciente e testes laboratoriais específicos. O tratamento pode ser hormonal ou cirúrgico, dependendo da severidade da doença, que é crônica mas manejável com tratamento adequado.

TRanscrição

Meu nome é Juliana Amato eu sou  ginecologista e obstetra e  hoje nós vamos conversar um  pouquinho sobre a endometriose e  infertilidade.  Como nós  estamos em  junho, junho é o mês  da conscientização da endometriose e o  que é endometriose.  A endometriose  é  uma doença caracterizada pela presença do tecido do  endométrio tecido que reveste o  útero por dentro fora  da cavidade. O que ocorre é que esse  tecido ele  passa pela trompa.  Ele tem uma regurgitação pelas  trompas e ele vai se  fixando em locais fora  do útero como cavidade  abdominal como intestino  bexiga.  Isso vai causando uma  série de processos inflamatórios contínuos  dentro dessa cavidade abdominal e  esse processo inflamatório  pode  causar aderência.  Essas aderência  podem comprometer a trompa e com  isso a dificuldade para engravidar.  A endometriose  tem uma prevalência de 10 a  15% na população em geral.  Como que a gente sabe  que a gente tem endometriose?  O principal  sintoma da endometriose é a dor!  Como é caracterizada essa dor?  É uma dor intensa uma  dor contínua e  uma dor que parece uma cólica.  Ela pode estar localizada  em baixo ventre.  Ela pode ser uma dor mais  peri-anal.  Pode acontecer após  relação sexual e após  a evacuação.  É  muito importante lembrar que a  endometriose em uma porcentagem  pequena das mulheres pode  não causar nenhum sintoma de dor.  Mas isso não quer dizer que ela não  possa ter a doença.  Então é importante passar  no seu ginecologista e falar  sobre esses sintomas e  fazer seus exames de rotina.  O  diagnóstico da endometriose  é  realizado através do exame físico do  médico, da história da  paciente e de  exames laboratoriais. Tem que ser  exames bem específicos e  realizados por radiologistas  experientes em endometriose.  Porque muitas vezes numa  ressonância magnética ou um  transvaginal normal.  Essa endometriose não é  detectada tem que haver um preparo  especial para a realização  desses exames e tem que ser  avaliado com uma pessoa experiente  em endometriose.  Qual é o  tratamento da endometriose? A  endometriose  pode ser tratada através de  hormônios que impedem a  evolução da doença ou por  cirurgia mas muitas vezes essa  cirurgia não é indicada ela é  muito controversa depende muito do  grau dessa endometriose.  Essa endometriose profunda  vai precisar realmente de uma  cirurgia mas se é uma endometriose  leve a medicação já  mantém estável essa evolução  da endometriose.  Importante lembrar que  não tem cura é uma doença evolutiva  mas que tem um  tratamento que mantém essa doença  estável.  Se você gostou do nosso vídeo se  inscreva no canal de seu like,  deixa seu comentário e ative  a Sininho de notificação para  receber mais videos.

O que é Endometriose?

Na endometriose, o tecido endometrial se expande para fora do útero, frequentemente implantando-se em áreas como a cavidade abdominal, intestinos e bexiga. Este tecido, que deveria ser expelido durante a menstruação, encontra-se fora do ambiente uterino e, como resultado, não pode sair do corpo. Isso leva a uma reação inflamatória contínua, resultando em dor crônica e a formação de aderências cicatriciais que podem afetar a função dos órgãos reprodutivos, especialmente as trompas de Falópio, comprometendo a fertilidade.

Diagnóstico de Endometriose

O diagnóstico de endometriose é frequentemente desafiador, pois muitos dos seus sintomas se sobrepõem a outras condições ginecológicas. A dor é o sintoma mais evidente e muitas vezes é descrita como intensa, contínua e semelhante a cólicas. Pode ocorrer no baixo ventre e ser agravada por atividades como relações sexuais e evacuações. No entanto, é crucial destacar que uma pequena porcentagem de mulheres com endometriose pode não apresentar dor significativa ou mesmo nenhum sintoma.

Para um diagnóstico preciso, é essencial uma combinação de exame físico detalhado, histórico médico e exames de imagem especializados, como ressonância magnética ou ultrassom transvaginal com preparação específica e realizados por radiologistas experientes em endometriose.

Tratamento da Endometriose

O tratamento da endometriose visa principalmente controlar os sintomas e impedir a progressão da doença. Dependendo da severidade e da localização das lesões, as opções de tratamento podem variar desde terapias hormonais, que ajudam a controlar o crescimento do tecido endometrial, até intervenções cirúrgicas para remover tecidos cicatriciais e endometrióticos.

A decisão entre a terapia hormonal e a cirurgia depende do grau de endometriose. Em casos de endometriose leve, os medicamentos podem ser suficientes para manter a doença sob controle. No entanto, endometriose profunda, que envolve órgãos significativos e pode levar a complicações graves, muitas vezes requer cirurgia.

Endometriose e Fertilidade

A relação entre endometriose e infertilidade é complexa. As aderências e a inflamação associadas à endometriose podem distorcer a anatomia pélvica e interferir no processo de captação dos óvulos pelas trompas de Falópio, além de afetar a qualidade dos óvulos e a implantação do embrião. Portanto, para mulheres com endometriose que desejam engravidar, é fundamental uma avaliação e acompanhamento com um especialista em fertilidade para explorar todas as opções disponíveis, incluindo tratamentos de fertilização assistida.

A conscientização sobre a endometriose é vital para garantir que mulheres com essa condição recebam o diagnóstico e tratamento adequados. Embora a endometriose seja uma condição crônica e sem cura definitiva, estratégias eficazes de manejo podem ajudar a minimizar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

Dra. Juliana Amato

Dra. Juliana Amato

Líder da equipe de Reprodução Humana do Fertilidade.org Médica Colaboradora de Infertilidade e Reprodução Humana pela USP (Universidade de São Paulo). Pós-graduado Lato Sensu em “Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida” pela Faculdade Nossa Cidade e Projeto Alfa. Master em Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida pela Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva. Titulo de especialista pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e APM (Associação Paulista de Medicina).

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