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Você não esta menstruando?

Amenorréia Funcional       

                  O que é amenorréia funcional?

                  É a ausência da menstruação devido por deficiência do funcionamento do hipotálamo e da hipófise que controlam a ovulação.

     Normalmente existe uma menarca (primeira menstruação) normal, com ciclos regulares até o momento em que desaparece a menstruação

                  O que pode causar amenorréia ?

                  * Perda de peso por transtornos alimentares como anorexia, bulimia e dietas inadequadas. É a causa mais frequente de amenorréia funcional, afetando quase sempre adolescentes e mulheres jovens.

Uma perda de 10% a 15% do peso, principalmente se for rápida, ou um índice de massa corpórea menor que 19, pode produzir amenorréia.

                  * Estresse. Situações que provoquem estresse contínuo como provas, concursos, trabalhos estafantes, desemprego, estados de tensão emocional em geral.

Também algumas doenças psiquiátricas como depressão e ansiedade, a privação emocional e a dificuldade de adaptação ao estresse diário podem provocar amenorréia.

                  * Exercícios físicos intensos. As mulheres que praticam esportes por competição têm um risco de apresentar amenorréia três vezes maior em relação as que não praticam.

A ocorrência de transtornos menstruais é maior naqueles esportes que requerem um peso baixo.

* Hiperprolactinemia funcional e o consumo de alguns medicamentos. A Prolactina é um hormônio produzido na hipófise e é responsável pela secreção de leite durante a gravidez. Em certas circunstâncias, entre elas a ingestão de determinados medicamentos, a Prolactina aumenta de forma anormal, causando uma inibição dos hormônios que a hipófise produz (FSH e LH), freando a atividade do ovário e causando a falta de menstruação.

 

                  E se quiser ter filhos?

                  Para conseguir a gravidez de forma natural o mais importante é restaurar a ovulação.

                  Na amenorréia funcional não existe nenhuma alteração estrutural no aparelho genital nem do sistema nervoso central que o regula, portanto, quando desaparecessem as situações de estresse físico e psicológico ou os transtornos alimentares e se recupera o peso e a prática exercícios moderados, geralmente se reconquista o funcionamento normal dos ovários.

                  Assim se chega a conseguir a gravidez de forma natural na maioria dos casos.

                  Se isso não acontecer, terá que  ser realizado um estudo completo de fertilidade no casal para diagnosticar outras alterações que possam existir e, conforme seja necessário, fazer um tratamento para induzir a ovulação ou um tratamento de reprodução assistida.

                 

                   Quais consequencias pode ter no futuro?

                  Se uma adolescente realiza exercícios físicos intensos ou tem uma grave alteração de conduta alimentar antes de ter a primeira menstruação, esta pode não ocorrer e também existir atraso no desenvolvimento puberal.

                  Se a situação de ausência de ciclo permanece, a falta de estrogênio pode provocar a longo prazo:

                  * Osteoporose ou osteopenia. Este é o maior risco para a mulher esportista e mal nutrida, porque a perda de massa óssea aumenta a frequência de fratura por fragilidade dos ossos.

                  * Doenças cardiovascular. A ausência de estrogênios, a  longo prazo, aumenta o risco de lesão dos vasos sanguíneos e do coração.

                  * Infertilidade. Devido à ausência de ovulação. Felizmente em muitas mulheres quando se corrige a causa da amenorréia a ovulação é reestabelecida.

                  * Alterações do estado emocional.

                  * Diminuição da elasticidade vaginal e do volume mamário.

                  Como diagnosticar?

                  Quando a menstruação cessa na época reprodutiva, sempre tem que se assegurar que não exista uma gravidez, por mais improvável que seja.

                  Se a gravidez for descartada e a amenorréia persiste é necessário a avaliação do ginecologista , através de;

                  * histórico clínico. Em caso de amenorréia funcional, o histórico clínico é de máxima importância, já que mostra os níveis de exercícios que se faz, o grau de estresses que pode existir em determinadas circunstâncias e os transtornos alimentares existentes, situações todas que podem causar amenorréia.

                  * Exame físico. O exame físico além de analisar a normalidade do aparelho genital e seu grau de desenvolvimento, analisará o estado nutricional e peso. O Índice de Massa Corpórea que relaciona o peso com a altura ajuda a verificar o baixo peso excessivo.

                  * Ultrassonografia ginecológica. A ultrassonografia ginecológica, seja via abdômen ou transvaginal, avalia a normalidade do aparelho genital e ajuda a estimar o grau de déficit de estrogênio.

                  * As análises hormonais. FSH, LH, Estradiol, Prolactina e TSH.

                                   

                  Precisa de algum tratamento?

                  Convém tratar a amenorréia funcional para evitar os sintomas e as consequências do baixo nível de estrogênios.

                  O tratamento da amenorréia funcional terá enfoque em corrigir as causas que a provocaram:

                  * Restaurar uma vida psíquica saudável.

                  * Melhorar os hábitos alimentares, ajustar o nível de exercícios físicos com uma dieta adequada, restaurar o peso correto para a altura e constituição corporal.

                  Corrigir as situações de estresse, peso baixo, dieta inadequada e desajustes psicológicos não é rápido, requer dedicação e trabalho pessoal que pode durar mais tempo. Enquanto isso, o ginecologista indicará na maioria dos casos um tratamento para compensar o déficit hormonal e assim evitar os sintomas incômodos e os inconvenientes a longo prazo dos níveis baixos de estrogênios.            

 

 

 

Fonte: Rizk, B; Garcia-Velasco, J; Sallam, H; Infertility and Assisted Reproduction. 2008. Cambridge University Press.

Dra. Juliana Amato

Dra. Juliana Amato

Líder da equipe de Reprodução Humana do Fertilidade.org Médica Colaboradora de Infertilidade e Reprodução Humana pela USP (Universidade de São Paulo). Pós-graduado Lato Sensu em “Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida” pela Faculdade Nossa Cidade e Projeto Alfa. Master em Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida pela Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva. Titulo de especialista pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e APM (Associação Paulista de Medicina).

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