Entendendo a dor pélvica: um sintoma que exige atenção
A dor pélvica é um desconforto comum entre mulheres de diferentes idades e pode ter diversas origens, o que pode dificultar seu diagnóstico e tratamento. Em 2025, com avanços na medicina e maior acesso à informação, compreender as causas da dor pélvica é fundamental para cuidar melhor da saúde feminina. Muitas vezes, essa dor pode surgir de órgãos internos, músculos, nervos ou até estruturas ósseas da região pélvica. Reconhecer os sintomas e as possíveis causas contribui para a busca de um diagnóstico correto e para evitar complicações que impactam a qualidade de vida. A seguir, exploramos as principais condições que podem estar por trás da dor pélvica, suas características, causas e orientações para atendimento adequado.
Principais causas ginecológicas da dor pélvica
Dismenorreia: as cólicas menstruais intensas
A dismenorreia é uma das causas mais comuns de dor pélvica, especialmente em mulheres jovens. Trata-se das cólicas menstruais causadas pela contração do útero para eliminar o endométrio. Essa dor pode variar de leve a intensa, acompanhada por outros sintomas como náuseas, dor de cabeça e mal-estar. Em casos mais graves, a dismenorreia pode impactar as atividades diárias e requerer acompanhamento médico e tratamento específico.
Ovulação dolorosa: desconforto durante o ciclo menstrual
Também conhecida como mittelschmerz, a dor associada à ovulação ocorre em parte das mulheres durante a metade do ciclo menstrual, quando o ovário libera um óvulo. Geralmente, é uma dor leve a moderada e de curta duração, que pode ser confundida com outros tipos de desconforto abdominal. Apesar de ser normal, caso a dor se torne muito intensa ou persistente, é preciso investigar outras causas.
Doenças inflamatórias e infecciosas que causam dor pélvica
Doença Inflamatória Pélvica (DIP)
A doença inflamatória pélvica é uma infecção que acomete órgãos como útero, trompas de Falópio e ovários. Geralmente causada por bactérias transmitidas sexualmente, a DIP provoca dor pélvica intensa, febre, corrimentos e pode levar a complicações graves, como infertilidade e gravidez ectópica se não tratada corretamente. O diagnóstico precoce e o uso de antibióticos são essenciais para evitar danos permanentes.
Infecções urinárias e sua relação com a dor pélvica
As infecções do trato urinário, principalmente na bexiga, podem ocasionar dor na região pélvica, acompanhada de ardência ao urinar, vontade frequente de urinar e, em alguns casos, febre. Embora não sejam exclusivamente ginecológicas, essas infecções são frequentes em mulheres e podem ser confundidas com problemas uterinos ou ovarianos. É importante tratar adequadamente para evitar que a infecção se estenda aos rins.
Alterações ovarianas e suas consequências na dor pélvica
Cistos ovarianos: tipos e sintomas
Os cistos ovarianos são sacos cheios de líquido que se formam nos ovários e são bastante comuns. A maioria dos cistos é benigna e desaparece espontaneamente, mas cistos grandes ou complicados podem causar dor pélvica intensa, especialmente se houver torção ou ruptura do cisto. A presença de um cisto pode ser detectada por exames de imagem e, dependendo do caso, pode ser necessária intervenção cirúrgica.
Endometriose e dor cíclica intensa
A endometriose é uma condição em que o tecido semelhante ao endométrio cresce fora do útero, acometendo ovários, trompas, bexiga e outras áreas da pelve. Essa doença provoca dor pélvica crônica, muitas vezes associada à menstruação, além de sintomas como dor durante o sexo e problemas de fertilidade. O diagnóstico pode ser desafiador e normalmente envolve exames clínicos, ultrassonografia e, em alguns casos, laparoscopia. O tratamento varia entre medicações hormonais, analgésicos e procedimentos cirúrgicos.
Outras causas musculoesqueléticas e vasculares da dor pélvica
Varizes pélvicas
As varizes na região pélvica ocorrem pela dilatação das veias ao redor dos órgãos internos, causando dor constante ou sensação de peso principalmente após longos períodos em pé. Essa condição pode interferir na qualidade de vida e nas relações sexuais. O tratamento pode incluir mudanças no estilo de vida, terapias compressivas ou procedimentos para eliminar as veias dilatadas.
Problemas musculares e nervosos
Além das causas ginecológicas, a dor pélvica pode originar-se de desequilíbrios musculares, inflamação dos nervos ou problemas na coluna vertebral. Tensão muscular, fibromialgia e neuropatias podem afetar a região pélvica e causar desconforto semelhante ao das doenças ginecológicas. A avaliação por fisioterapeutas e especialistas em dor pode ser necessária para identificar e tratar essas causas.
Quando buscar ajuda médica para dor pélvica
Sinais de alerta para não ignorar a dor pélvica
É importante que toda mulher esteja atenta às características da dor pélvica e busque atendimento caso ela:
– Seja intensa e persistente sem melhora com o tempo
– Acompanhe outros sintomas como febre, sangramentos anormais ou dificuldade para urinar
– Esteja associada a atraso menstrual ou suspeita de gravidez
– Diminua a qualidade de vida ou impeça as atividades diárias normais
Exames e avaliação clínica detalhada
O diagnóstico da dor pélvica passa pela história clínica detalhada, exame físico ginecológico e a realização de exames complementares como ultrassonografia transvaginal, ressonância magnética e exames laboratoriais. Essas ferramentas permitem determinar a origem da dor e planejar um tratamento eficaz.
Cuidados e tratamentos para a dor pélvica em 2025
Abordagens terapêuticas convencionais
Dependendo da causa identificada, o tratamento da dor pélvica pode envolver:
– Uso de analgésicos e anti-inflamatórios para controle da dor e inflamação
– Antibióticos para infecções como DIP e infecção urinária
– Terapia hormonal para casos de dismenorreia e endometriose
– Cirurgias para remoção de cistos, correção de varizes ou lesões endometrióticas
Novas tecnologias e terapias integrativas
O avanço da medicina tem permitido a incorporação de tratamentos minimamente invasivos, como laparoscopia diagnóstica e cirúrgica, terapias por radiofrequência e uso de dispositivos para manejo da dor crônica. Além disso, terapias integrativas como fisioterapia pélvica, acupuntura e acompanhamento psicológico têm ganhado espaço no cuidado global da paciente, melhorando os resultados e a qualidade de vida.
Ao compreender as múltiplas causas que podem gerar dor pélvica, fica mais fácil mitigar os impactos dessa condição. Observar os sinais do corpo e buscar ajuda especializada são passos fundamentais para um diagnóstico correto e um tratamento eficiente. Se você sente desconforto pélvico que persiste ou se intensifica, não hesite em consultar um ginecologista. A saúde da pelve pode dizer muito sobre o seu bem-estar geral — priorize sua atenção a esse sinal e garanta uma vida mais saudável e tranquila.
Juliana Amato, ginecologista, discute as causas da dor pélvica, que pode originar-se de órgãos como útero, bexiga e ovários, além de estruturas adjacentes como ossos e nervos. Ela menciona que a dor pélvica pode ser causada por ovulação, dismenorreia (cólicas menstruais), doença inflamatória pélvica, cistos ovarianos, varizes pélvicas e endometriose. A ovulação pode causar dor leve, enquanto a dismenorreia está relacionada a cólicas menstruais. A doença inflamatória pélvica é uma infecção que pode levar a complicações, como infertilidade. Cistos ovarianos grandes podem causar dor intensa, especialmente se torcerem ou romperem. Varizes pélvicas provocam dor em peso e podem afetar a relação sexual. A endometriose é uma condição em que o tecido do útero cresce fora dele, causando dor cíclica. Infecções urinárias também são mencionadas como causadoras de dor pélvica. Juliana ressalta a importância de observar os sinais do corpo e procurar um médico em caso de dor persistente. Ela convida os espectadores a se inscreverem no canal e ativarem as notificações.