Pular para o conteúdo
Principal » Reprodução Humana » Mini-FIV

Mini-FIV

A Mini-FIV é uma técnica de fertilização in vitro que utiliza doses menores de hormônios para estimular os ovários, visando oferecer um custo-benefício mais vantajoso para casos de reserva ovariana reduzida ou resposta esperada limitada (de 1 a 4 óvulos no máximo). Os criadores dessa abordagem argumentam que essa estratégia pode, em alguns casos, resultar em óvulos de melhor qualidade, apesar de serem produzidos em menor quantidade.

Na fertilização in vitro convencional, doses mais elevadas de medicamentos são administradas para estimular os ovários a produzir uma grande quantidade de óvulos e melhorar os resultados de fertilidade. Em geral, quanto mais óvulos são produzidos, maior é o número de embriões obtidos (podendo ser possível congelar os embriões excedentes, ou seja, aqueles que não são utilizados naquele momento).

No mínimo estímulo ovariano, medicações injetáveis de baixa dose são administradas, que podem ou não ser combinadas com medicamentos orais. Essa abordagem se assemelha ao estímulo hormonal natural, no qual o ovário é estimulado a produzir um único óvulo por mês, mas teoricamente de melhor qualidade.

Vantagens da Mini FIV

A Mini-FIV é uma técnica de fertilização in vitro que utiliza doses hormonais menores para estimular os ovários. Ela é indicada para casais que desejam ter menos embriões excedentes ou para aqueles que têm baixa reserva ou baixa resposta ovariana. A técnica também pode ser útil para mulheres com idade reprodutiva avançada, pois pode selecionar óvulos de melhor qualidade e reduzir os efeitos colaterais dos medicamentos de estimulação ovariana. Em geral, a Mini-FIV tem taxas de sucesso semelhantes à FIV convencional, mas pode resultar em maior número de cancelamentos de ciclo e menor número de transferências de embriões. A frase “menos é mais” é usada para descrever a técnica, pois ela prioriza a qualidade do óvulo em vez da quantidade de óvulos obtidos.

Protocolos

Clomifeno

O protocolo de citrato de clomifeno é um método de estimulação ovariana para o tratamento de infertilidade. Consiste na administração do medicamento a partir do terceiro dia do ciclo menstrual, seguida de hormônios FSH e LH a partir do oitavo dia do ciclo. O clomifeno é usado para impedir a ovulação prematura, mas pode afetar o endométrio de maneira negativa. Por isso, os embriões gerados a partir deste mínimo estímulo são congelados e transferidos no ciclo seguinte, sem a influência do clomifeno. Outra opção é realizar estímulos ovarianos em ciclos futuros com o objetivo de obter mais embriões de boa qualidade, o que pode diminuir o estresse emocional do casal e aumentar as chances de sucesso.

Inibidor da aromatase

O protocolo com inibidor da aromatase é um tratamento que utiliza o medicamento letrozol a partir do terceiro dia do ciclo menstrual por cinco dias. A partir do oitavo dia, são administrados hormônios folículo-estimulante e luteinizante (FSH-LH) em doses de 75 a 150 unidades, que são repetidas nos dias dez e doze do ciclo. Ao contrário do protocolo com citrato de clomifeno, não há necessidade de bloquear a ovulação prematura com um antagonista da gonadotrofina liberadora (GnRH), e o embrião gerado pode ser transferido no mesmo ciclo. Por outro lado, o uso do letrozol pode ter efeitos colaterais menos prejudiciais ao endométrio em comparação com o clomifeno.

Conclusão

Quando os pacientes buscam informações sobre a Fertilização In Vitro, geralmente se preocupam com questões como o aumento de peso, retenção de líquido, inchaço abdominal, alto custo financeiro e gestação múltipla, além de outras possibilidades. No entanto, o Instituto Amato oferece uma estratégia que simplifica o tratamento, diminui o número de óvulos recrutados (mas de melhor qualidade), reduz o desconforto, os efeitos colaterais, o custo financeiro e mantém uma taxa de gravidez praticamente igual à da FIV convencional. Em mulheres mais maduras (com idade aproximada de 40 anos), a taxa de gravidez pode ser até superior à da FIV convencional.

Perguntas frequentes

 

De acordo com os dados da Rede Latino-americana de Reprodução Assistida (RedLara) de 2017, 32,3% dos bebês gerados por tratamentos de reprodução assistida são gêmeos. A ocorrência de gêmeos, trigêmeos e até quádruplos é geralmente muito maior com fertilização in vitro (FIV) do que com concepção natural. Isso acontece porque, para aumentar as chances de sucesso da FIV, era comum transferir mais de um embrião para o útero da futura mãe. Vale destacar que, nos últimos anos, as boas práticas e condutas nos tratamentos de reprodução têm mudado bastante. Atualmente, a maioria dos centros de medicina reprodutiva prefere transferir apenas um embrião, já que as técnicas de seleção de embriões melhoraram e os resultados da transferência de um ou mais embriões são muito semelhantes.

Uma gestação de múltiplos pode ser arriscada para a mulher e o bebê. Na gestante, há o risco de desenvolvimento de pressão alta (pré-eclâmpsia), diabetes gestacional e parto prematuro, entre outras doenças. Já os bebês podem ter crescimento intrauterino reduzido, baixo peso ao nascer e prematuridade, entre outros problemas.

A realização do sonho de ter um filho pode ser comprometida pelos altos custos dos tratamentos de reprodução humana. No entanto, a Mini-FIV oferece uma opção mais acessível para casais com características específicas ou recursos financeiros limitados. Com essa técnica, os custos são geralmente cerca de 30 a 50% menores do que os da FIV tradicional, e não há despesas adicionais com o congelamento de embriões excedentes.

A Mini-FIV tornou o tratamento de fertilização in vitro mais acessível para mais casais, permitindo que eles realizem o sonho de ter uma família. No entanto, é importante lembrar que é necessário consultar um especialista em reprodução humana para saber os valores exatos do tratamento. Ele poderá avaliar o caso do casal e fornecer uma estimativa dos custos totais, incluindo honorários e medicamentos.

Além dos custos, é importante considerar a qualidade da clínica onde o tratamento será realizado. É fundamental escolher uma clínica com uma infraestrutura adequada, equipamentos modernos e profissionais especializados para garantir a segurança do casal e o sucesso do procedimento. Afinal, o tratamento envolve muito mais do que apenas uma gestação: envolve o sonho de uma vida inteira.

Dra. Juliana Amato

Dra. Juliana Amato

Líder da equipe de Reprodução Humana do Fertilidade.org Médica Colaboradora de Infertilidade e Reprodução Humana pela USP (Universidade de São Paulo). Pós-graduado Lato Sensu em “Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida” pela Faculdade Nossa Cidade e Projeto Alfa. Master em Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida pela Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva. Titulo de especialista pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e APM (Associação Paulista de Medicina).

>