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Endometriose, entrevista

Dra Juliana Amato tira dúvidas sobre endometriose em programa de rádio. Doença que acomete as mulheres.

Entrevistador Você sabe qual a doença que mais atinge a população feminina? É a endometriose, cerca de 7 a 10 milhões de mulheres sofrem dessa patologia no Brasil e para falar sobre o assunto convidamos a ginecologista especializada em reprodução assistida Dra. Juliana Amato.

Doutora para começar a nossa entrevista o que é a endometriose, boa tarde e seja muito bem vinda.

Dra Juliana Amato:  Obrigada, boa tarde.

Bom a endometriose é uma doença da mulher moderna, ela é a presença do endométrio que é o tecido que reveste internamente o útero e esse tecido apresenta fora da cavidade uterina causando vários sintomas.

Entrevistador E quais são esses sintomas Dra. Juliana?

Dra Juliana Amato:  Esses sintomas eles variam um pouco, mas o principal é a cólica menstrual, é uma dor que varia de leve a forte, dependendo do grau da endometriose, torna a relação sexual, alteração no intestino durante a menstruação pode ter diarreia ou o intestino preso, sangramento anal, alterações na bexiga, nas vias urinárias pode ser percebido pelo aumento de número de vezes de ir ao banheiro, dor para fazer xixi e sangramento na urina, e essa é uma dor contínua independente da menstruação.

A cólica menstrual ela é muito comum na menstruação e ela pode começar até quatro dias antes da menstruação aparecer, é uma dor crônica e acíclica.

Entrevistador Mais toda a mulher que tem cólica menstrual mais intensa pode desencadear a endometriose?

Dra Juliana Amato:  A cólica ela existe na mulher normalmente, cada mulher ela tem um linear de dor no período menstrual, mulheres que tem um linear de baixa dor elas sentem mais dor e essa cólica e não necessariamente é endometriose. Mas a indicação é se a mulher tem cólica converse com o seu médico porque se for necessário eles fazem uma pesquisa de endometriose.

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Entrevistador E no caso essa doença é hereditária?

Dra Juliana Amato:  Não é uma doença hereditária, mas mulheres que tem mães com endometriose elas tem maior chance de terem endometriose, mas não que seja hereditário.

Entrevistador E existe uma faixa etária onde a possibilidade dela surgir é maior?

Dra Juliana Amato:  Sim, são mulheres entre 30 a 35 anos, mulheres com uma vida mais agitada, mulheres modernas que pretendem ter filhos mais tarde, magras, esse é o perfil da mulher que desenvolve a endometriose.

Entrevistador Dra. Juliana a chances de desencadeamento da endometriose diminuem com a chegada da menopausa?

Dra Juliana Amato:  Sim, como a endometriose é uma doença da mulher mais nova, da mulher ativa e que está com os seus ciclos menstruais em dia, com a chegada da menopausa tem a diminuição da endometriose e não existe mais a menstruação então esse tecido de dentro do útero ele não tem mais a regularização pela trompa e não causa mais a endometriose.

Entrevistador E qual o melhor tratamento para a endometriose? E quais as circunstâncias que a cirurgia é indicada?

Dra Juliana Amato:  O melhor tratamento para a endometriose é a suspensão da menstruação. Como é uma doença que cresce com o ciclo menstrual, com as alterações hormonais do ciclo menstrual, se a gente suspender a menstruação teoricamente à endometriose ela não cresce mais.

Só é necessária a cirurgia se essa endometriose estiver muito avançada, e em casos de mulheres que não conseguem engravidar ou em casos que a endometriose ela já atinge a bexiga e o intestino causando alterações nesses órgãos.

Entrevistador Sim, 2 horas da tarde mais 36 minutos, hora oficial de Brasília, nós estamos conversando com a Dra. Juliana Amato, ginecologista, especializada em reprodução assistida.

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Agora o medo de muitas mulheres doutora é a infertilidade que essa doença pode causar, quais são os riscos disso acontecer? Após o tratamento quais as chances da mulher engravidar?

Dra Juliana Amato:  Depende muito do grau da endometriose, uma endometriose leve as chances de engravidar são maiores, agora quando essa endometriose ela é um pouquinho, de média para avançada existem algumas alterações inflamatórias no organismo que elas impedem de o embrião migrar para o útero e, além disso, pode causar obstruções tubárias e com isso a infertilidade, aí depende de cada caso, o médico tem que avaliar se é necessário só uma indução da ovulação ou se vai ser necessário uma fertilização em vitro, cada caso é um caso e tem que ser avaliado isoladamente porque existem realmente vários graus de endometriose.

Entrevistador Dra. Juliana Amato muito obrigada pela sua participação no programa Viver é Melhor de hoje nos esclarecendo sobre a endometriose. Agora a senhora gostaria de deixar alguma mensagem para os nossos ouvintes, as nossas ouvintes que estão acompanhando neste dia Internacional da Mulher?

Dra Juliana Amato:  Sim, as mulheres hoje em dia elas tem que pensar muito nelas então cuidado, ir ao ginecologista anualmente porque é muito importante as doenças da mulher estão aí, das mulheres modernas. Eu sei que é muito difícil a gente parar para ir ao médico, principalmente quem tem filhos e trabalha o dia inteiro, mais o diagnóstico precoce é o melhor tratamento da endometriose.

Uma boa tarde, e muito obrigada.

Entrevistador Obrigada. Conversamos com a Dra. Juliana Amato, ginecologista, especializada em reprodução assistida falando hoje sobre a endometriose.

Dúvida sobre o assunto, sugestões de tema você pode ligar agora, 2216-7940, DDD 21, 2 horas da tarde mais 39 minutos hora oficial de Brasília.

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Dra. Juliana Amato

Dra. Juliana Amato

Líder da equipe de Reprodução Humana do Fertilidade.org Médica Colaboradora de Infertilidade e Reprodução Humana pela USP (Universidade de São Paulo). Pós-graduado Lato Sensu em “Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida” pela Faculdade Nossa Cidade e Projeto Alfa. Master em Infertilidade Conjugal e Reprodução Assistida pela Sociedade Paulista de Medicina Reprodutiva. Titulo de especialista pela FEBRASGO (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) e APM (Associação Paulista de Medicina).

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